quinta-feira, setembro 28, 2006

Hip Hop... ando

O hip hop já é meu há alguns anos. Ou melhor, o hip hop já me tem há alguns anos. Dez, mais ou menos. Devia ter 14 anos quando gravei a minha primeira música, na casa do Lua com o Nuno, rudimentar style. Era uma música relacionada com HIV e já nessa altura eu era esta mente revoltada e confusa. Mas tinha, para uma menina de 14 anos, uma consciência social muito apurada. O Nkrumah passou o meu som na aula de filosofia e tive os meus 15 minutos de fama. Não foi fama a sério porque naquela altura ninguém gostava de hip hop. Ou pouca gente gostava. Gostar de hip hop não era fashion. Por isso, gostei de hip hop desde o ínicio.

Até hoje. Não participei em nenhum album (mas tive perto :P), não vou a tantos concertos como queria, não oiço as músicas que gostaria... Mas o hip hop tá sempre comigo.
E, nowadays, já que não canto, danço. LoL Não é de agora. A dança sempre fez parte de mim, desde que comecei a dar os primeiros passos de kizomba em cima dos pés do meu pai. Já nem conto com a parte do "abana, abana e bate palmas" que todos os adultos obrigam as crianças a fazer e que me devem ter obrigado a mim também.
Quando vim para Portugal o hip hop "dançado" assumiu o papel mais importante de sempre. Era nas aulas de dança que afastava o medo de estar pela primeira vez sozinha, o cansaço do primeiro ano de Medicina em que tudo era estranho e dificil. Era nas aulas do Pakas que eu voltava a ter o calor de Luanda, o sotaque de Luanda. Era lá que não sentia que estava sem mãe, sem pai e com frio. Ás vezes tenho saudades, perdi o rasto de toda a gente, mas ainda ficam as memórias da primeira apresentação no ISPA, do caminho de metro Av. Liberdade-Entrecampos á noitinha...
Nunca deixei de dançar, embora tenha feito muitas, muitas interrupções. Eu tentava acompanhar mas se ao inicio ia 4 vezes por semana, depois só ia três e no final já nem ia. Medicina é assim, se não são os bancos, são os estágios cansativos ou uma história clinica para fazer, e se não é uma história clínica é uma apresentação dum caso clinico ou dum artigo de revisão sei lá de quê. Havia sempre (ou quase sempre) tempo para uma sexta feira d'eu e da morena, em que iamos dançar. A última do mês era Urbanite no ComVento. As outras era dançar. Só dançar e ver dançar. Acho que durante quase um ano que saimos juntas, nunca conhecemos ninguém na noite. Porque iamos para dançar. Só dançar. Há muito que não sinto essa sensação de liberdade que era sair com a Nez. O lema era "nós dançamos muito!" (O que não era necessariamente verdade!! LoL).
Não consigo explicar muito bem o que a dança me faz, mas faz-me bem.
Quem me acompanhou o ano passado ainda me viu a vibrar com o "Nike RockStar Hip Hop WorkOut" (aquele do anúncio do "don't tell me i'm nota an athlete"... rings a bell?) que fazia com que, fosse onde fosse que eu ouvisse o "SOS" da Rhianna, me pusesse a dançar. Era mais forte que eu. Entre as aulas e os passos em frente ao espelho de minha casa, a bater constantemente na parede porque o espaço é pouco... preparámos uma coreografia digna de MTV. Mas eu, ou não fosse eu, cheguei uma hora mais tarde no dia da apresentação... Não tenho culpa de ninguém me ter avisado que mudava a hora, ou tenho? :P
Desta vez... eu juro que tentei. A minha intenção era estudar. estudar, estudar... Nada de hip hops porque a dança cansa e ocupa tempo precioso. Mas o Pedro ligou!!! E a proposta é tentadora. Vou encarnar a deusa Kali e Bollywood aqui vou eu!
Porque afinal eu nem preciso de muito, as far as i got my hip hop.
P.S.: Já sentia saudades do Jamie King na minha vida!

1 comentário:

Shara disse...

meu mano aka mc leozinhu, miss ya. muito. P.S.: a mae ta a fazer bolo, falou tb vai fazer qd for praí.. nhaaaammmm LoL