sábado, novembro 08, 2008

...

Ajuda-me a sentir. Que vale a pena. Que isto é o que sempre quiz. Muito mais que querer, é o que me estava reservado por Aqueles que percebem o meu destino, mais que eu.

Ajuda-me a acreditar. Nestes dias em que me dói tudo. Desde o couro cabeludo (por horas infindáveis de "rabo de cavalo" e ganchos) ao "bundão" (outrora empinado mas com tendência a achatar por "infinitos tempos" sentada), passando pelos olhos (cansados de ver, de ler)... Dói. Ainda que os mimos atenuem. No fundo o que dói mais é a alma. Esta alma inquieta de não querer nunca ceder. De querer ter tudo, até o cansaço. Mas que dói dele.

Ajuda-me a pensar. Nestes dias em que me dói tudo. Ajuda-me a ver que vale a pena continuar. Que valem a pena os sonhos, as dores e o cansaço. Ajuda-me a acreditar, nestes dias em que me dói tudo, que não é só o fim que conta, que os finais podem ser mudados, reconstruidos e ainda assim, felizes.

sexta-feira, novembro 07, 2008

0.006666677777 % de probabilidade....

Depois das 11 vagas de Pediatria no ano passado, este ano temos...

... uma!

Fixe.

domingo, novembro 02, 2008

Dream a little dream of me...

Não sei se será da anatomia, de ser a banda sonora ideal desta minha vida que não tarda já foi ou de tu também gostares.

A mim, arrepia-me.

http://www.youtube.com/watch?v=8sDuHzyROn0

Speechless.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Queridos...

... senhores da ACSS,

não se preocupem (de todo) em abrir o consurso B do internato médico.

Não se incomodem, a sério.

Nós gostamos de estudar que nem uns cães sem saber muito bem com o que contar.

Aliás, devem partir suas excelências do pressuposto (e muito bem) que qualquer pessoa que decida dar-se ao trabalho de, depois de estudar a 16ª, estudar também a 17ª edição dessa maravilhosa obra que é o Harrison's Principles of Internal Medicine (agora em inglês, claro... para ser ainda pior), QUER sofrer.

E sendo assim, há que fazer sofrer. Devagarinho, claro está.

E é por isso que vos agradecemos, por estarem sempre atentos aos nossos desejos.

´cá um beijinho, fofos!

domingo, outubro 05, 2008

As amigas...

Numa só noite, casa uma e a outra fica noiva...

Casamento em palácio. Tudo para ti, que sempre soube (no meio das nossas febres tifóides, latas de leite moça, pernas de presunto e noites na "praça") seres não menos que uma princesa.

E para ti foi dificil, sabemos. As tuas lágrimas foram as minhas lágrimas. Todos sentimos a tua tristeza e o teu medo mas também a tua convicção. Horas intermináveis ao telefone, sempre o mesmo da mesma conversa, à mesa de algum café com olheiras marcadas e ansiedade mal contida. Valeu a pena. No fundo, o amor verdadeiro supera tudo.

E agora, estou mesmo a ver para o que isto caminha... A partir de agora, amiga de mulheres casadas e prestes a casar que sou, não ha tempo para cafés nem para fofocas nem para coisas do género? Quando eu vos ligar vou receber uma resposta do tipo "agora não tenho tempo para ti porque estou a pendurar cortinas com o meu marido?"? Já não me vais fazer jantar quando eu sair de urgência? Fica mal continuar a chamar-te de "meu marido" agora que vais ter um de verdade?

Responde-me amiga... é que, se eu vir o caso muito mal parado, peço-te em casamento eu...

sexta-feira, agosto 29, 2008

(Ob)sessões

Sem querer parecer (muito) obsessiva...

O que é que se faz quando não se tem de trabalhar (muito) e/ou estudar (tanto)?...

Quero começar a planear Dezembro :D

terça-feira, agosto 26, 2008

Mesmo...

... acordando ás 6h30, hoje estou assim... com um sorriso de 223 Km...

domingo, agosto 24, 2008

188 mil euros...

... foi o preço que Cristiano Ronaldo pagou para trocar a matricula do seu Bentley prateado por uma com o seu nome. Agora vai passar a ter uma matricula que diz: CR 07...

Como se aquela carinha básica, o dentito espetado e o brinco "a la Ronaldo" não fossem suficientes para o identificar logo como condutor do dito Bentley.

Tanta gente a passar tanta dificuldade e ele gasta €188.000 nisto...

Ainda se fosse um nome bonito...

Manhã de Domingo

Manhã de domingo, sol a bater forte no telhado....

Kizombadas, moambadas e duas amigas do tamanho de sempre.

É assim... uns dançam, outros "urgênciam". Mas estou contigo.

E tu, até chega a apertar um bocadinho a garganta esse não estares por perto num domingo.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Saudades...

... do Migalhão...

Volta Migalhão, estás perdoado!

sexta-feira, maio 16, 2008

Festinha...

- Ena ena, 7 aninhos... já sei que vai haver festa... o meu convite?
- Não tenho. Tu não vais.
Anda uma pessoa a "criar" um afilhado com todo o amor e carinho para depois ouvir destas coisas...
- Ai não? Então não pegas mais no cão.
- Tipo... nunca mais?
- Ya, tipo nunca mais...
- Pronto, eu faço-te um convite.
Et voila... a arte de negociar. Cada um usa as armas que tem...

terça-feira, maio 13, 2008

Coragem

Fala-se de coragem. Não te conhecesse eu tão bem e achava que a coragem é, como tantas coisas que julgamos nossas, um dado adquirido. Não é, agora sei-o. Não se nasce com coragem, nasce-se com a capacidade de a adquirir ou não.
Ensinaste-me, desafiaste-me a ganhá-la. E eu, qual cachorrro obediente, parti à procura dessa coragem de me respeitar a mim mesma.

Porque é preciso coragem para gostarmos de nós mais do que do outro, é preciso coragem para lhe arrancar aos pouquinhos o coração que fizemos questão de deixar com ele, é preciso coragem para não abdicar de nós novamente. É preciso ter coragem para ser corajoso, para manter a coragem e, acima de tudo, para viver com essa coragem de ter coragem.
E não. Não me digas que estou em recusa de entrega. Sabes bem que, lambidas as feridas, nos voltamos todos (mais ou menos) a entregar. É preciso é ter coragem para freiar a entrega, tal como para a fazer totalmente. Porque é tão mais fácil entregarmo-nos, sabe tão melhor, mas é tão pouco corajoso.
Eu fui. E voltei, ferida mas cheia de coragem, como um cachorro que abana o rabito enquanto exibe um osso. Bateste palmas e voltaste a atirar o osso da coragem para uma nova busca. E eu fui, inicialmente contrariada mas obediente, orgulhosa da minha coragem.
Voltei e fiquei.
E agora, corajosa que me senti, também me dói.

Acabei por não saber que coragem escolha, qualquer uma delas me parece dolorosa.

quarta-feira, maio 07, 2008

"Caçumbularam" o fio do 50

O 50 Cent foi assaltado, em palco, em frente a 7 mil e tal pessoas. Em Luanda.
Eu sou da paz, vocês sabem... Não apoio assaltos, manifestações de violência ou agressão. Não acho bem que alguém roube alguém.
Mas não tenho pena.
É verdade que a imagem que passa é que Angola é tão, mas tão violento que até o icon do hip hop é assaltado em público. É chato que passe essa imagem. Principalmente no "Festival da Paz".
Mas isso já nós sabemos. É perigoso viver lá. Há assaltos diariamente.
Por n motivos. E porque é um país em que a maioria da população vive abaixo do limiar de pobreza enquanto uma minoria (gorda, limpa, luxuosamente vestida e ornamentada) se pavoneia (em carros, barcos, motas e jatinhos ultimo modelo), impávida e serena. Porque isso cria revolta.
E quem não tem comida rouba, quem não tem trabalho rouba, quem não tem casa rouba, quem não tem medicamentos rouba. Quem não tem familia, nem esperança, nem educação, nem nada, rouba. E quem não tem nada a perder, também rouba.
Ainda assim os mais assaltados e os mais agredidos continuam a ser os mais pobres.
E é por isso que eu não tenho pena do 50 Cent.
Por isso e porque um gajo que se considera icon do hip hop devia conhecer a filosofia do hip hop e devia lembrar-se melhor de onde vem. Devia lembrar-se que a musica é uma forma de revolução contra a injustiça social e não apenas um grupo de "platinodiamantados" e um bando de bundinhas giras num videoclip.
E pronto, devia lembrar-se que hip hop não inclui acenar com fios de 600 mil euros. Que fios de platina e diamantes, (de sangue?), num rico país "de pobres", podem parecer sooooooooo seductives que valham a pena ser "caçumbulados".

terça-feira, abril 22, 2008

Vida de bairro...

Confesso que antes ainda estava com um niquinho de pena de não ir a New York mas...

... com um tiroteio mesmo em frente a casa, quem é que precisa de conhecer o Bronx?
Vida de bairro kuia. Kuia, kuia...

sexta-feira, março 21, 2008

At the end of the day...

At the end of the day faith is a funny thing. It turns up when you don't really expect it. It's like one day you realize that the fairy tale may be slightly different than you dreamed. The castle, well, it may not be a castle. And it's not so important to be happy ever after, just that its happy right now. See, once in a while, once in a blue moon, people will surprise you. And maybe we're not supposed to be happy. Maybe being grateful means recognizing what you have for what it is. Appreciating small victories. Admiring the struggle it takes simply to be human. At the end of the day, the fact that we have the courage to still be standing is reason enough to celebrate.
in Grey's Anatomy
... even though it hurts so bad.

Pensamentos "Pascoalinos"

Querido coelhinho,

descobri.

Que erramos. Tratamos mal. Esquecemos. Ignoramos. Ironizamos. Que nos enganamos. Que nos magoamos e, mais grave, magoamos os outros. Que fazemos coisas realmente más que nos envergonham e nos (lhes) causam dor. Sim, fazemos coisas que nem temos coragem de contar. Acusamos os outros quando os culpados somos nós. Mentimos. Omitimos. Acusamos sem motivos. Não conseguimos pedir desculpa. Somos maus.

É muito chato descobri-lo na Páscoa.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Conversa de miúdas

-"... É que, como se não bastasse, ela tem uma voz maravilhosa. Aposto que deve ser linda, boazuda e com um bocado de sorte ainda é riquissima. É mais que óbvio que, quando ele escolhe outra pessoa, ela tem de ser o máximo."

(O facto de não fazermos ideia de quem seja ela (a que atendeu o telemóvel dele)
não muda nada.)


- "Mas porquê? Na volta nem é. Se calhar é uma miúda completamente normal como nós."

Hiiiiii... Só porque uma lambisgóia qualquer atendeu o telemóvel dele, nós já temos que ser normais?? Só porque ele achou que nós não somos suficientemente boas, isso torna-nos normais??


- "Aliás, nós não somos normais, pá! Olha ao que isto já chegou. Ele é que é parvo e não sabe dar valor."

- "Se calhar sabe. Por isso é que a escolheu."

- "Achas que sim? Escolheu porque é parvo. Ponto. Mesmo que estejamos longe de ser misses, sei lá, também temos coisas boas. Tipo... Tipo..."

- "Tipo quê?"

- "Tipo... Não somos feias de fugir. Somos simpáticas. E espertas. Sabemos de cor os critérios de Ranson e coisas super importantes como o Plano Nacional de Vacinação. E pronto, eu não sei cozinhar, mas tu sabes."

- "Não interessa nada disso, se ela for mas gira e mais bem feita de que é que serve isso?"

- "Sei lá, há-de servir para alguma coisa."

E mesmo que eu não to diga, tens razão querida, quase tão mau como saber que há alguém que pode atender o telemóvel dele é pensar que ela pode ser mais gira, mais bem feita e mais inteligente que nós.


Sim, isso faz parte da (nossa - minha e tua) natureza feminina, não há nada a fazer. E não, nunca ninguém nos vai ensinar a lidar com isso.

E é por estas e por outras (principalmente pelas outras) que o mais importante é ser um todo...

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Consulta I

E a meio da consulta da (amorosissima) Dona Maria...
- E doenças do coração, a D. Maria tem?
- Ah não, graças a Deus, eu não tenho. Mas até preferia ter. Tudo menos estas dores nas costas. Quem tem é o meu filho. Nem sei se é bem uma doença do coração. É o amor da minha vida, só que vai viver para longe e isso também me traz preocupada. Está a comprar uma casa ali para os lados de Cascais, uma casa muito jeitozinha sim senhora, tem uns quartos grandes e muita luz, é um bocado fria no Inverno mas agora com o aquecimento central tudo se resolve, só que os aquecimentos centrais também tem o problema das diferenças de temperatura e das gripes que se apanham, uma prima minha até teve uma gripe que depois passou a pneumonia e esteve muito mal coitada, internada e tudo no hospital, a doutora até deve conhecer, chama-se Maria e é muito boa moça mas tem tido azar na vida coitada, só teve a sorte de ter sido diagnosticado a tempo, que ela estava quase a ir de férias para Cabo Verde, dizem que é muito bonito e eu acredito apesar de nunca ter ido, aliás nunca vou a lado nenhum porque o meu marido nunca está para ai virado e sempre que é para sair de casa começa logo a refilar a menos que seja para ir comer uns petiscos na tenda do Chico que não é mau homem mas dizem que volta e meia quando bebe fica assim descontrolado e não é que eu tenha nada a ver com isso, mas ouvi dizer que até se envolveu numa luta que teve de ir lá a policia á praceta, e isso até vi eu. Mas doutora, eu cá não gosto de falar da vida das pessoas, não sou como a outra do café que é o dia todo no "diz-que-diz", que um destes dias até a apanhei a falar da vizinha de cima que é uma rapariga um bocado estranha é verdade, mas é um docinho de pessoe e eu não tenho razão de queixa apesar de se vestir com umas roupas muito justas e umas saias curtas de mais, mas também estas modas agora doutora, é tudo assim, você é jovem e sabe. E ainda por cima a rapariguita até é sossegadinha, não é nada como a do 4º frente, que deixa o lixo á porta de casa, um destes dias ate hei-de falar nisso na reunião do condomínio. Não que eu seja de falar mal mas estas coisas uma pessoa aborrece-se. E é por isso que o meu filho vai para Cascais para os tais apartamentos jeitosos com muita luz e por isso fez o exame ao coração para o empréstimo e encontraram uma coisa que eu também não sei o que é, e também já nem sei se é no coração, que uma pessoa com esta idade já baralha as coisas...
É impossivel não adorar as Donas Marias com que me cruzo...

Retornada, revigorada e recarregada

E eis que, lambidas as feridas, volto.
Foi duro o ano que passou. Mas passou.
E agora volto. Revigorada, revitalizada e cheia de esperança em dias cada vez melhores.
Aos que acompanharam a minha epopeia a tentar tornar-me pediatra, é com alguma tristeza que vos digo que não consegui. E que custou muito assumi-lo. Que não consegui. Custava tanto dizê-lo antes. Hoje não custa tanto.
Sou, actualmente, uma orgulhosa interna de especilidade de Medicina Geral e Familiar. Pondo as coisas doutra forma, sou um projecto de médica de familia.
Se o sonho da pediatria morreu? Nunca morre, é certo. Mas temos de perceber quando os sonhos nos magoam ao ponto de não nos deixar lutar por eles. Continuo a sonhar com isso mas, por enquanto, vou-me deixando apaixonar pelo que a vida me ofereceu. E, felizmente, a vida tem-me oferecido muito.

Aos mais próximos, peço desculpa pela ausência. Senti saudades vossas.