sábado, setembro 30, 2006

Prova de Resistência

Para este exame sinto que todas as minhas capacidades estão a ser testatas. Cito apenas algumas:
1. Capacidade de sublinhar direitinho (com as respectivas cores) enquanto penso em tudo menos no que estou a ler. E tudo inclui assuntos que variam entre "será que vai chover?" e coisas realmente importantes tipo "hoja dá o Foguinho?".
2. Capacidade de acumular garrafas de água de 1,5 l vazias. Não entendo porque é que nunca as deito fora no final do dia.
3. Capacidade de achar que ir ao Continente no final do mês é um programão para um sábado á tarde. Ou de achar que qualquer coisa que não inclua enfarte do miocárdio é um programão para sábado á tarde, incluindo um documentário sobre os pêlos das patas das moscas varejeiras.
4. Capacidade de engolir sapos, daqueles bem grandes e gordos, para não iniciar brigas com ninguém... tudo para não ficar zangada e perturbar o estudo.
5. Capacidade de não conseguir aceitar convites que vão desde ir ver Soweto Gospel Choir (desculpa Anya linda, não deu mesmo, mas eu queria muito) ou o Bonga, tomar café já aqui em baixo, ir ao festival de pirotecnia e ir "ventoinhar"...
6. Capacidade de me emocionar com qualquer música que eu ache recente, embora toda a gente já a conheça há pelo menos 3 meses.
7. Capacidade de fazer bolos (tipo dona Benta ou "na roça com os tachos" ou chef chelas), porque é decididamente mais divertido que o enfarte do miocárdio.
8. Capacidade de, talvez, conseguir diagnosticar, tratar e prognostiquizar(?) um enfarte de miocárdio. Neste ponto ainda tenho algumas dúvidas LoL
Bom fim de semana para vocês também!

quinta-feira, setembro 28, 2006

Hip Hop... ando

O hip hop já é meu há alguns anos. Ou melhor, o hip hop já me tem há alguns anos. Dez, mais ou menos. Devia ter 14 anos quando gravei a minha primeira música, na casa do Lua com o Nuno, rudimentar style. Era uma música relacionada com HIV e já nessa altura eu era esta mente revoltada e confusa. Mas tinha, para uma menina de 14 anos, uma consciência social muito apurada. O Nkrumah passou o meu som na aula de filosofia e tive os meus 15 minutos de fama. Não foi fama a sério porque naquela altura ninguém gostava de hip hop. Ou pouca gente gostava. Gostar de hip hop não era fashion. Por isso, gostei de hip hop desde o ínicio.

Até hoje. Não participei em nenhum album (mas tive perto :P), não vou a tantos concertos como queria, não oiço as músicas que gostaria... Mas o hip hop tá sempre comigo.
E, nowadays, já que não canto, danço. LoL Não é de agora. A dança sempre fez parte de mim, desde que comecei a dar os primeiros passos de kizomba em cima dos pés do meu pai. Já nem conto com a parte do "abana, abana e bate palmas" que todos os adultos obrigam as crianças a fazer e que me devem ter obrigado a mim também.
Quando vim para Portugal o hip hop "dançado" assumiu o papel mais importante de sempre. Era nas aulas de dança que afastava o medo de estar pela primeira vez sozinha, o cansaço do primeiro ano de Medicina em que tudo era estranho e dificil. Era nas aulas do Pakas que eu voltava a ter o calor de Luanda, o sotaque de Luanda. Era lá que não sentia que estava sem mãe, sem pai e com frio. Ás vezes tenho saudades, perdi o rasto de toda a gente, mas ainda ficam as memórias da primeira apresentação no ISPA, do caminho de metro Av. Liberdade-Entrecampos á noitinha...
Nunca deixei de dançar, embora tenha feito muitas, muitas interrupções. Eu tentava acompanhar mas se ao inicio ia 4 vezes por semana, depois só ia três e no final já nem ia. Medicina é assim, se não são os bancos, são os estágios cansativos ou uma história clinica para fazer, e se não é uma história clínica é uma apresentação dum caso clinico ou dum artigo de revisão sei lá de quê. Havia sempre (ou quase sempre) tempo para uma sexta feira d'eu e da morena, em que iamos dançar. A última do mês era Urbanite no ComVento. As outras era dançar. Só dançar e ver dançar. Acho que durante quase um ano que saimos juntas, nunca conhecemos ninguém na noite. Porque iamos para dançar. Só dançar. Há muito que não sinto essa sensação de liberdade que era sair com a Nez. O lema era "nós dançamos muito!" (O que não era necessariamente verdade!! LoL).
Não consigo explicar muito bem o que a dança me faz, mas faz-me bem.
Quem me acompanhou o ano passado ainda me viu a vibrar com o "Nike RockStar Hip Hop WorkOut" (aquele do anúncio do "don't tell me i'm nota an athlete"... rings a bell?) que fazia com que, fosse onde fosse que eu ouvisse o "SOS" da Rhianna, me pusesse a dançar. Era mais forte que eu. Entre as aulas e os passos em frente ao espelho de minha casa, a bater constantemente na parede porque o espaço é pouco... preparámos uma coreografia digna de MTV. Mas eu, ou não fosse eu, cheguei uma hora mais tarde no dia da apresentação... Não tenho culpa de ninguém me ter avisado que mudava a hora, ou tenho? :P
Desta vez... eu juro que tentei. A minha intenção era estudar. estudar, estudar... Nada de hip hops porque a dança cansa e ocupa tempo precioso. Mas o Pedro ligou!!! E a proposta é tentadora. Vou encarnar a deusa Kali e Bollywood aqui vou eu!
Porque afinal eu nem preciso de muito, as far as i got my hip hop.
P.S.: Já sentia saudades do Jamie King na minha vida!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Ideias soltas

1. "A minha mulher, continua sempre deslumbrante! Continua linda, bela, boa cozinheira, boa mãe, boa esposa, boa amiga, boa psicóloga, enfim… O meu anjo pessoal! "
A passear por blogs encontrei este post num deles e achei o máximo a forma como o autor fala da mulher e do filho... Não o conheço, mas a entrega á familia é contagiante. Muito bonito mesmo.
Também quero!!!!!!!!! (Não do autor do blog, claro! O que quiz dizer é que achei tão bonito que não me importava nada que me dissessem o mesmo... Xim?).
Pode-se cortar a parte do "boa psicóloga"... e talvez do "boa cozinheira" (ou essa pode-se deixar, porque saladas variadas, sopas passadas, calulu e feijão de óleo de palma é comigo!!)...
Depois fiquei meia hora com um sorriso nos lábios a sonhar com o dia em que o meu marido me vai dizer uma coisa parecida... Se alguma vez tiver um marido que me ature LoL
2. Tenho saudades de usar o meu estetoscópio. Amanhã acho que vou ver os meus primos, eles tão sempre prontos para ser auscultados. Pudera, desde que se conhecem como gente que são auscultados por mim. Confesso, ás vezes serviram de cobaias sim! Mas umas cobaias lindissimas, pestanudas e amorosas. Nada de mucorongos nocauteados. Aliás, não é a Shara que tem um estetoscópio como o do dr. Sérgio (o pediatra deles), é o dr. Sérgio que tem um estetoscópio igual ao da Shara. São o meu orgulho, aqueles dois.
3. A minha mãe anda a comer gelados por Portugal inteiro. E liga-me a dizer. Não acho bem LoL
4. Decobri que "a doença de Lyme é causada por um espiroqueta oriundo de um carrapato". Um carrapato?? Pela santa, porque é que nos obrigam a estudar isto??
5. Estudar com tampões dá sono. Tampões de ouvidos, subentenda-se. A Cris é que descobriu isto. Acho que tem a ver com a sensação relaxante de parecer que tamos a estudar debaixo de água.
6. Não adianta querer ser amiga de famosos. O Jay (que ainda nem é famoso) deixou-nos penduradas com o jantar. Pasta com pesto. Nem quero imaginar como vai ser... Vai fingir que não me conhece!! LoL
7. Eu devia ser proibida de escrever em dias assim.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Saudades, sabes?

Saudades, sabes?
Hoje foi assim, todo o dia.
Não sei bem de quê, mas saudades.
De acordar com um rumo, com uma mensagem no telemóvel, com um doente á espera, com sangue para tirar e diários para escrever. Sair com pressa para ir encontrar alguém, ou não querer sair para poder ficar só mais um bocadinho com alguém.
Saudades de alguma coisa em concreto, de acordar para alguma coisa. Não apenas para mais um dia (ainda por cima cinzento), para mais 14 páginas lidas de enfiada, para decorar. De que serve decorar, se não fica? Por isso nunca gostei de decorar, porque é superficial. Porque não me lembro depois. Por isso nunca decorei aniversários, aprendi os que importam. Nem números de telefone importantes. Os que aprendo não consigo esquecer. Nem querendo.
Decorar, só músicas. Todas. Para depois cantar aos berros no carro. E voltar a por a mesma música que nem sequer gosto, mas que disseste ter a ver comigo.
E porque a música que era minha deixou de o ser (e eu nem percebi bem porquê), trato mal as pessoas, sorrio á força. Porque estou cansada de ter de decorar tudo mas não poder decorar os teus olhos, o teu sorriso, as tuas mãos.
Saudades, sabes?

sexta-feira, setembro 22, 2006

Confissões

Ao contrário do meu amigo egófono, não me fui confessar. Mas segui o conselho dele e confessei-me. Parar implica mesmo olhar para dentro e até eu, que sou uma pessoa "areada" e outrora loira, preciso de confessar o que me passa pela alma. De pensar não... Aliás, pensar já penso demais, numa época em que se prefere que as pessoas não pensem muito. Mas nestes dias em que até os Noddys de olhos (tão) doces e sorrisos (tão) perfeitos se transformam em sapos, o melhor é ir pensando.
Não fui a um padre though. Os meus assuntos, eu resolvo com o meu deus, numa descrença total pelas ditas regras que nos impõe uma igreja com a qual não consigo concordar. Respeito. Mas o meu padre sou eu, são as minhas amigas.
Nós procuramos perdão de uma forma diferente. Em confissões num estilo que mistura "Sex and the City" e "Donas de Casa Desesperadas", num centro comercial em cima de uns saltos agulha mega fashions com make up que inclui bronzing powder e anti-olheiras (imprescindiveis nesta altura do campeonato), a Loo ouve as minhas dores, e eu as dela. Os meus receios, os meus pecados... Os meus erros. Não sei se me perdoa, mas suspeito que pelo menos me entende. E quando não entende, critica-me abertamente, chama-me de maluca e diz que tem medo de ficar parecida comigo. LoL Não sei se isso é bom ou mau sinal, mas faz com que eu olhe para as coisas de uma forma diferente e tenha, dentro de mim, a percepção do erro.
Ou uma outra confissão, numa varanda, pertinho da máquina do café. No escuro não se vêem lágrimas e isso protege. Posso dizer o que penso, pôr em palavras a minha revolta egocêntrica, sentir pena dos sonhos egoistas que nunca se vão realizar, arranjar justificações hipotéticas para situações que não entendo, e sentir a necessidade de pedir perdão por só pensar em mim. E podemos rir logo a seguir a isso, eu e a Cris. Com a sensação de termos também oferecido a verdade a esse deus que algures zela por nós. E porque afinal ainda cá estamos. Menos sonhadoras. Mas ainda crentes. Cada vez mais duras dentro da nossa fragilidade de pessoas que erram e que precisam de ser perdoadas. E prontas para não errar de novo da mesma maneira.
E isso nenhum padre pode fazer. Aqui não há padres, mas há a humildade descomplexada de admitir os erros (nossos e dos que nos erram) perante alguém e de assumir a responsabilidade (perante nós) de não os voltar a cometer, pelo menos de uma forma deliberada. Já me dizia o egófono numas das muitas confissões, que as coisas têm de partir de nós, o perdão tem de partir de nós. Por isso acho que os meus amigos podem bem fazer de padres.
Pelos menos dão-me umas valentes vassouradas na alma, não é betinho? :P
P.S.: Volta Betinho... tamos perdoados LoL... Amanhã ás 11 no Ágora?

quinta-feira, setembro 21, 2006

Paz

O que é que eu quero?
Normalmente isso é algo que eu nunca sei muito bem... LoL...
Mas hoje sei. Hoje quero apenas agradecer por poder ter PAZ.
Por não ter de adormecer e acordar com medo, nem ter de o fazer ao som de tiros e gritos. Por não ter medo de ser perseguida por ter ideais diferentes. Por poder dizer alto tudo o que penso, sem medos.
Por saber que posso morrer por uma bala perdida ou por estar no sitio errado. Mas que é menos provável.
Por ter uma paz que me permite ter comida, saúde e educação. E que permite fazer planos de futuro. Uma paz que permite reconstruir.
Agradecer por conseguir dar valor a essa paz, cada vez mais rara.
E pedir que ela fique.





21 de Setembro - Dia Mundial da Paz

(que algum dia será mundial?)

terça-feira, setembro 19, 2006

Under Construction!

Fuuuuu!! C'órror!! Nah, o bloguinhu não vai ficar assim... Tou só a tentar tirar aquele rosa aos pouquinhos... Aquele rosa deve ter vindo a propósito na altura mas agora... nah, o rosinha já não é (definitivamente) aquela cor que fica bem com tudo!! LoL

Tamos em construção. Eu, o blog, os cactos...

Prometemos ser breves.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Existem ladrões?

- Shara, existem ladrões?
Hmmm … Penso duas vezes antes de responder. Preferia dizer-te que não. Mas acho que mereces saber a verdade.
- Existem. Uns mais, outros menos perigosos.
Existem pessoas que roubam para sobreviver, outras que vivem a roubar. E como em tudo, existem ladrões maus e bons. Existem ladrões que fazem sofrer muitos, muito e muitas vezes. Existem ladrões de tudo o que possas imaginar. Existem ladrões de sonhos e vais certamente conhecer também ladrões de corações.

Hás-de ser tu, também, ladrão um dia. Todos somos. Aliás, tu já és um pequeno ladrão. Roubaste parte de mim no exacto momento em que te vi pela primeira vez, no bloco de partos da MAC. Sempre que durante o meu estágio de obstetrícia lá entrei, aquela sala esterilizada roubou-me um sorriso. Tu roubas-me tempo, paciência, roubas-me amor. Por mim, podes roubar tudo o que quiseres. Dás-me tanto em troca. Ás vezes eu também te roubo… Roubo-te beijinhos, roubo-te lágrimas, roubo-te a muito custo um “também gosto de ti” e um abraço apertado. E roubo-te inocência quando não te deixo acreditar num mundo sem ladrões. Mas isto são roubos saudáveis, são roubos que sabem bem.

Entretanto já adormeceste, acontece sempre quando andamos mais de quinze minutos de carro. Enquanto a Maria aponta ao fundo os "braquinhos" do rio Tejo, já não tenho coragem de te acordar para dizer que em relação aos ladrões a sério… não sei… espero conseguir, por enquanto, proteger-vos deles.

terça-feira, setembro 12, 2006

Flores

Ofereceram-me flores hoje.

Três pequenos cactos. As plantas indicadas para a menina espinhuda que sou.

Fico feliz. Não precisamos de ser todas rosas vermelhas.



P.S.: Os cactos já têm nome. O maior, com mais espinhos chama-se "Cardio". Há um pequenino com milhentos picos afiados que se chama "Hemato". E o outro, que nem é grande nem é pequeno, com espinhos q.b. chama-se "Nefro". Tudo em honra dos espinhosos capitulos do Harrison.

Ordenada

Ontem fui fotografar as minhas olheiras para me inscrever na Ordem. Não na Ordem das Carmelitas descalças (embora não fosse má ideia). Na outra ordem. A tal. Isto é assim. Ele é benção, ele é baile, ele é fim de estágio, ele é inscrição na Ordem, ele é entrega do diploma... pior do que aquelas comemorações dos 500 anos de sei lá o quê. Don't get me wrong, vivo cada um destes momentos com muita alegria... Acho é que o Harrison me anda a transformar numa pessoa amarga LoL
'Tou a ficar crescida, vi nas fotos... Ridicula a comparação entre o antes e o depois da faculdade, quando antes ainda usava risco ao meio... Quer dizer, agora já uso risco ao meio outra vez, ás vezes... Errrrrrr.... São modas!! É caso para dizer "Mudasti, mudasti!!"... Ou melhor, "Mudeimi, mudeimi" :)
Entretanto, ainda durante a batalha Harrisoniana, descobri novos prazeres da vida.
  1. Comer: algo que não seja comida de cantina, sabe a foie gras com caviar e champagne. Pensando bem... eu não gosto de foie gras nem de caviar... Mas uma moamba hmmm isso sim... e mandioca frita com feijão de óleo de palma hmm...
  2. Dormir: nem é pelo facto de dormir... é só porque oito horas seguidas sem livros é um luxo... Obaaaa!!
  3. Marcadores fluorescentes: já tenho 12 cores diferentes (nem eu sabia que haviam tantas), com uma ordem que sigo religiosamente e que passo a citar: titulo-subtitulo-texto principal-texto não tão principal-coisas importantes-coisas extraordináriamente importantes (Cris, só pra ti LoL)-coisas boas-coisas más-percentagens-legendas etc... Os meus livros parecem a versão impressa do Carnaval da Vitória. E sim, começo a achar que tenho alguns traços obsessivo-compulsivos.
  4. Não consigo lembrar-me de mais nenhum... LoL

terça-feira, setembro 05, 2006

Cupido,
Hoje é um daqueles dias em que, se eu pudesse, te afogava. Só mesmo para aprenderes a não andar a atirar setas á toa, quando sabes que não deves. Temos problemas sérios, tu e eu. E também tenho problemas sérios com os casaisinhos que passeiam ao luar de mãos dadas e caras de parvos. Se passar mais algum desses parzinhos por baixo da minha janela, cuspo-lhes em cima. Juro. Porque uma coisa é andares divertido com os namoros de verão, outra é andares constantemente a irritar-me. Deves achar-te engraçado. Tu, as tuas setas ridiculas e essa mania de andares sempre a aldrabar as pessoas com essas porcarias do amor eterno.
Considera-te ameaçado. Mesmo.
Tua sempre inimiga,
Shara

sexta-feira, setembro 01, 2006

Voltei!!

Só mesmo um postinhu pra matar saudades. E para avisar aos que me odeiam que ainda estou viva. Continuo na luta. Eu, a Cris e o novo membro, o Humberto beto. Não tem sido fácil de todo. Não é fácil aturar-me mas eles estão a safar-se muito bem. Dez horas diárias de estudo. Até já fumo. Não, não fumo, mas tudo é pretexto para fazer uma pausa. Até ficar a levar com o fumo alheio.
Desta vez montei barraca novamente em Lisboa, depois de ter levantado tenda do São João. Por falar em São João, estamos com saudades das francesinhas e do tagliatelle com salmão. E dos Zés, da Lena e da Odete. E do Deuze, que dava sempre cabo das máquinas quando os nossos M&Ms ficavam ficavam presos na máquina ás duas da manhã. Da Suf não temos porque há uma semana que está desaparecida algures entre a praia e a festa do Avante. (Isto é para ti Suf, para não nos abandonares nos piores momentos... e fica sabendo que no próximo filme das Green's Angels já não te deixamos ser a chinesa). Nós já temos saudades tuas...
Ando a alternar entre o estado de desespero total e o estado de apatia total. Nos intervalos vou estudando umas paginitas. Não tem sido fácil. Está-se sempre a aprender e eu acabei de aprender que se dorme muito bem em cima dos livros. Entretanto já engordei praí uns dois kilos. Acho que vou para o exame a rebolar. Começo a acreditar que este exame serve para fazer com que as poucas pessoas que conseguiram chegar ao fim do curso de medicina com um aspecto saudável, o percam de uma vez por todas. Enfim, troquei o bronze pelas olheiras. Faz parte.
Entretanto continuo com saudades dos meus amigos. É bom ter amigos que se lembram de mim, mesmo que estejam a ir para o Queens ou que tenham uma "lombalgia filipada" ou que mandem mensagem ás 8 e meia da manhã e me acordem. É bom ter amigos que escrevem as nossas dúvidas num post it amarelo, a sete mil km de distância e acalmam as nossas preocupações. É bom ter uma amiga que desculpa eu ter esquecido o jantar combinado há uma semana atrás. É bom ter uma mãe que nos faz jantar todos os dias.