Conversa de miúdas
(O facto de não fazermos ideia de quem seja ela (a que atendeu o telemóvel dele)
não muda nada.)
- "Mas porquê? Na volta nem é. Se calhar é uma miúda completamente normal como nós."
Hiiiiii... Só porque uma lambisgóia qualquer atendeu o telemóvel dele, nós já temos que ser normais?? Só porque ele achou que nós não somos suficientemente boas, isso torna-nos normais??
- "Se calhar sabe. Por isso é que a escolheu."
- "Achas que sim? Escolheu porque é parvo. Ponto. Mesmo que estejamos longe de ser misses, sei lá, também temos coisas boas. Tipo... Tipo..."
- "Tipo quê?"
- "Tipo... Não somos feias de fugir. Somos simpáticas. E espertas. Sabemos de cor os critérios de Ranson e coisas super importantes como o Plano Nacional de Vacinação. E pronto, eu não sei cozinhar, mas tu sabes."
- "Não interessa nada disso, se ela for mas gira e mais bem feita de que é que serve isso?"
- "Sei lá, há-de servir para alguma coisa."
E mesmo que eu não to diga, tens razão querida, quase tão mau como saber que há alguém que pode atender o telemóvel dele é pensar que ela pode ser mais gira, mais bem feita e mais inteligente que nós.
Sim, isso faz parte da (nossa - minha e tua) natureza feminina, não há nada a fazer. E não, nunca ninguém nos vai ensinar a lidar com isso.
E é por estas e por outras (principalmente pelas outras) que o mais importante é ser um todo...