Há dias assim
Há dias em que, de nó na garganta apertado, apetece chorar. Sem um motivo especial. Chorar só. Por tudo e por nada. Chorar. Muito. Muito alto. Cair no chão de chorar, sem pressa para levantar de novo. Chorar de raiva, de saudade, de paz. Chorar de ti. Chorar por mim, por outros. Por aqueles que não conheço. Chorar pela minha impotência. Chorar até as lágrimas lavarem todas as feridas, todas as marcas deixadas dentro de mim pela gente e as deixadas dentro da gente por mim. Chorar a tensão e a atenção. A morte, a vida. Chorar por já não chorar. Chorar por ser e não ser perfeita, e por não querer ser. Nem perfeita nem imperfeita. Chorar o sofrimento e a alegria. Chorar o medo. Chorar a dor. A tua e a minha. Chorar até as lagrimas me sussurarem palavras de esperança. De fé. Chorar até gritar. Até sorrir. Até me abraçar forte e, com festinhas em mim mesma, consolar-me como mais ninguém consegue.
2 comentários:
Dias assim, como te entendo...
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Posso atirar-me para o chão, ao teu lado, e chorar contigo?
Assim, também, sem ter porquê.
Só para poder derramar litros de lágrimas.
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